Considerado por muitos uma grande brincadeira, os trotes já terminaram em tragédia. Em 1999, Edson Tsung Chi Hsuen morreu na piscina da Atlética da Universidade de São Paulo (USP), em um caso que provocou grande comoção e levou a instituição a se manifestar contra essa prática.
  Para evitar abusos, a universidade conta com um Disque-Trote (0800-012-10-90), em funcionamento até sexta-feira, para que estudantes denunciem abusos. Atualmente, a USP dá um prêmio para a melhor calourada, vencido no ano passado pelo Instituto de Física de São Carlos.
Neste ano, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriu um edital para que as unidades nos campus da capital, Guarulhos, Santos, Diadema, Osasco e São José dos Campos inscrevessem propostas de atividades a serem feitas com os calouros. Ao todo, seis projetos foram escolhidos e cada um recebeu R$ 1 mil de apoio financeiro. Além disso, foi lançada a campanha "O trote não é legal. Denuncie", que possui um número de telefone (11 3385-4102) e um e-mail, trotenao@unifesp.br, para receber reclamações.

 Segundo o pró-reitor de assuntos estudantis, Luis Leduino de Salles Neto, o objetivo é evitar a violência.
- As atividades estudantis selecionadas visam uma recepção educativa e integradora de nossos novos estudantes, com diversas atividades culturais, científicas e solidárias, em consonância com a missão da universidade. Com isso, acreditamos que o trote será extinto definitivamente. Violência e humilhações não serão toleradas - declarou.
Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), os trotes violentos e humilhantes são proibidos dentro do campus. São promovidas diversas atividades, como shows e rodas de bate-papo, para integrar novatos e veteranos. Os calouros também são incentivados a participar de doação de sangue e arrecadação de alimentos. De acordo com o pró-reitor de graduação, Eduardo Magrone, o objetivo é conscientizar toda a instituições das consequências dessas práticas.
- Este é um trabalho de longo prazo. Estamos fazendo nossa parte, visando cumprir a legislação e prezar pela convivência saudável entre nossos alunos - afirma Magrone.
Infelizmente, as instituições de ensino apenas podem combater o trote violento DENTRO dos campus, mas pouco podem fazer com relação aos trotes que ainda são realizados nos sinais, nas praças.  Aqui mesmo, na cidade onde moro, é muito comum vermos os calouros em sinais, com roupas sujas, cabeças raspadas, cheios de cachaça e pedindo dinheiro como forma de humilhação.

Confesso que NUNCA entendi a sistemática dos trotes.  Em um momento de extrema alegria por conseguir um feito de ser aprovado em um vestibular, qual seria o sentido de se submeter o calouro recém chegado à faculdade a uma situação vexatória?

Eu não sofri trote.  Não permiti sequer que pintassem meu rosto com as iniciais da Faculdade.  Chata?  Pode ser.. mas como estudante de direito que era, aprendi desde cedo a lutar por meus direitos, inclusive aquele de não ser forçada a fazer nada a não ser em virtude de lei.

Algumas tradições são bonitas e devem ser mantidas.  Outras tradições, por serem nocivas, não passam de perpetuação do que NÃO ESTÁ CERTO.  Mude!  Denuncie!  Exija respeito!